terça-feira, 10 de março de 2015

Ex-gerente da Petrobrás diz que repassou US$ 300 mil à eleição de Dilma em 2010

Daniel Carvalho, Pedro Venceslau e Daiene Cardoso - O Estado de S. Paulo

10 Março 2015 | 19h 41


Pedro Barusco, que fechou acordo de delação premiada na Lava Jato, afirma em depoimento a CPI que fez acerto diretamente com o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, a fim de abastecer caixa 2 da campanha presidencial de cinco anos atrás

Atualizado às 22h20

Brasília - Em depoimento à CPI da Petrobrás na Câmara dos Deputados nesta terça-feira, 10, o ex-gerente executivo da Diretoria de Serviços da Petrobrás Pedro Barusco ligou o esquema de corrupção na estatal à campanha eleitoral de Dilma Rousseff em 2010,quando ela foi eleita presidente pela primeira vez. Segundo Barusco, o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, recebeu, dele próprio, US$ 300 mil para engordar o caixa da campanha.

Na delação premiada que fez à Polícia Federal em 21 de novembro de 2014, Barusco havia dito que o ex-diretor de Serviços da Petrobrás Renato Duque solicitou a um representante da empresa SBM Offshore US$ 300 mil dólares “a título de reforço de campanha durante as eleições 2010, provavelmente atendendo a pedido de João Vaccari Neto, o que foi contabilizado pelo declarante (Barusco), à época, como pagamento destinado ao Partido dos Trabalhadores”.

Ontem, num depoimento de mais de cinco horas à CPI, Barusco foi questionado duas vezes acerca do assunto. Ao deputado Delegado Waldir (PSDB-GO), disse que “aqueles 300 mil (não citou a moeda) que eu disse de reforço de campanha foi na campanha presidencial de 2010”.

Algumas horas depois, indagado pelo deputado Efraim Filho (DEM-PB), reafirmou que doação era para a campanha presidencial. “Foi solicitado à SBM um patrocínio de campanha, só que não foi dado por eles (empresa) diretamente. Eu recebi e repassei (o dinheiro) num acerto de contas em outro recebimento”, afirmou. Questionou-se qual era a campanha em questão. “Foi a campanha presidencial 2010”, respondeu. Foi então questionado para a campanha de quem os recursos foram repassados. “PT, para João Vaccari Neto”, disse.

O relator da CPI, o petista Luiz Sérgio (RJ), minimizou as declarações de Barusco. “O que ouvi é que ele disse que participou apenas da negociação de porcentuais, mas não afirmou ali nem trouxe dados novos acerca de se o Vaccari recebeu ou não recebeu. Ele não trouxe nenhum dado novo a respeito desse tema”, afirmou, sem se referir à acusação de “repasse direto de Barusco a Vaccari citado na resposta a Efraim Filho.

O presidente da CPI, Hugo Motta (PMDB-PB), classificou as declarações como “relevantes”, mas defendeu que ainda é cedo para se tirar conclusões. “Isso é um processo que temos que adentrar nessas investigações. Foram declarações relevantes, mas temos outros depoimentos marcados para que, ao final, o relator possa ter a sua conclusão. Espero eu que uma conclusão imparcial e isenta de interferências”, disse Motta.

Aos parlamentares, Barusco reafirmou que eram cobrados 2% de propina em cima dos contratos firmados com a Diretoria de Abastecimento. Segundo o ex-gerente, 1% era gerenciado pelo ex-diretor Paulo Roberto Costa e o outro 1% era dividido entre o PT, por meio de Vaccari, e 0,5% iam para a “Casa”, que Barusco explicou ser ele e Renato Duque.

Alvo. Vaccari foi o principal personagem das declarações de Barusco. Em diversos momentos, o delator disse que o tesoureiro recebia a propina diretamente das empresas, razão pela qual não poderia dar detalhes a respeito dos repasses ao tesoureiro.

Vaccari assumiu como tesoureiro do PT em 2010, mas não era o tesoureiro da campanha presidencial. Esse cargo era ocupado por José de Filippi Júnior, ex-prefeito de Diadema (SP).

“Percebi que quando ele (Vaccari) assumiu o cargo como tesoureiro, começou a haver reuniões”, disse Barusco, que citou os hotéis onde se reunia com eles. A CPI deve solicitar aos estabelecimentos as imagens do sistema de segurança para comprovar os encontros. “Não conheço outro operador do PT a não ser o Vaccari”, afirmou.

Procurada, a SBM não se pronunciou até a conclusão desta edição. / COLABOROU FÁBIO BRANDT


sexta-feira, 6 de março de 2015

VAI AFUNDAR O PT POHA NENHUMA PORQUE LIGARAM PARA O PROCURADOR PERGUNTANDO SE ELE AMA OS FILHOS

O PROCURADOR GERAL DA REPUBLICA SÓ PEDIU PRA INVESTIGAR ESSES POLITICOS

A LISTA DE POLITICOS QUE SERAO INVESTIGADOS NO LAVA-JATO:

PP
- Senador Ciro Nogueira (PI)
- Senador Benedito de Lira (AL)
- Senador Gladson Cameli (AC)
- Deputado Aguinaldo Ribeiro (PB)
- Deputado Simão Sessim (RJ)
- Deputado Nelson Meurer (PR)
- Deputado Eduardo da Fonte (PE)
- Deputado Luiz Fernando Faria (MG)
- Deputado Arthur Lira (AL)
- Deputado Dilceu Sperafico (PR)
- Deputado Jeronimo Goergen (RS)
- Deputado Sandes Júnior (GO)
- Deputado Afonso Hamm (RS)
- Deputado Missionário José Olímpio (SP)
- Deputado Lázaro Botelho (TO)
- Deputado Luis Carlos Heinze (RS)
- Deputado Renato Molling (RS)
- Deputado Roberto Balestra (GO)
- Deputado Roberto Britto (BA)
- Deputado Waldir Maranhão (MA)
- Deputado José Otávio Germano (RS)
- Ex-deputado e ex-ministro Mario Negromonte (BA)
- Ex-deputado João Pizzolatti (SC)
- Ex-deputado Pedro Corrêa (PE)
- Ex-deputado Roberto Teixeira (PE)
- Ex-deputada Aline Corrêa (SP)
- Ex-deputado Carlos Magno (RO)
- Ex-deputado e vice governador João Leão (BA)
- Ex-deputado Luiz Argôlo (BA) (filiado ao Solidariedade desde 2013)
- Ex-deputado José Linhares (CE)
- Ex-deputado Pedro Henry (MT)
- Ex-deputado Vilson Covatti (RS)
PMDB
- Senador Renan Calheiros (AL), presidente do Senado
- Senador Romero Jucá (RR)
- Senador Edison Lobão (MA)
- Senador Valdir Raupp (RO)
- Deputado Eduardo Cunha (RJ), presidente da Câmara
- Deputado Aníbal Gomes (CE)
- Ex-governadora Roseana Sarney (MA)
PT
- Senadora Gleisi Hoffmann (PR)
- Senador Humberto Costa (PE)
- Senador Lindbergh Farias (RJ)
- Deputado José Mentor (SP)
- Deputado Vander Loubet (MS)
- Ex-deputado Cândido Vaccarezza (SP)
PSDB
- Senador Antonio Anastasia (MG)
PTB
- Senador Fernando Collor (AL)


DILMA E LULA FICARAM DE FORA


sábado, 21 de fevereiro de 2015

NAS BANCAS O SEGREDO DO EMPREITEIRO QUE AFUNDARÁ O PT PARA SEMPRE

Que se feche o PT: revelações de empreiteiro demolem Lula, Dilma, Dirceu, Cardozo, Wagner, Delúbio, Gabrielli…

Capa Veja PessoaFELIPE MOURA

O engenheiro baiano Ricardo Pessoa, dono da construtora UTC e coordenador do cartel de empreiteiras no esquema de corrupção da Petrobras, fez chegar à VEJA um resumo do que está pronto a revelar à Justiça caso seu pedido de delação premiada seja aceito:
1) O esquema organizado de cobrança de propina na Petrobras foi montado em 2003, no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, então amigo do empreiteiro. O operador era o tesoureiro do PT Delúbio Soares, réu do mensalão.
2) A UTC financiou clandestinamente as campanhas do hoje ministro da Defesa, Jaques Wagner, ao governo da Bahia em 2006 e 2010. A campanha de Rui Costa, em 2014, também foi financiada com dinheiro desviado da Petrobras.
3) A empreiteira ajudou o ex-ministro e mensaleiro petista José Dirceu a pagar despesas pessoais a partir de simulação de contratos de consultoria. Dirceu recebeu 2,3 milhões de reais da UTC somente porque o PT mandou.
4) O presidente petista da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, sempre soube de tudo.
5) Em 2014, a campanha de Dilma Rousseff e o PT receberam da empreiteira 30 milhões de reais desviados da Petrobras.
Ricardo Pessoa pode demonstrar que esse dinheiro saiu ilegalmente da estatal, através de contratos superfaturados, e testemunhar que o partido conhecia a origem ilícita. Também pode contar que o esquema de propinas foi montado pelo PT com o objetivo declarado de financiar suas campanhas eleitorais.
O presidente do BNDES (mantido no cargo), Luciano Coutinho, avisou Pessoa que o tesoureiro de Dilma, Edinho Silva, o procuraria para pedir dinheiro, conforme VEJA revelou três semanas atrás. Pessoa confirma que deu mais 3,5 milhões de reais à campanha presidencial petista após ser procurado por Edinho e a revista acrescenta agora que a conversa entre eles teve duas testemunhas.
6) O suposto ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, ciente de que Pessoa estava prestes a denunciar Lula, Dilma e Dirceu, procurou os advogados do empreiteiro, e o acordo de delação premiada que ele negociava com os procuradores da Operação Lava Jato foi suspenso.
Ao contrário do que pregam OAB, Kennedy Alencar, Ricardo Noblat e o próprio ministro, as reuniões secretas não partiram dos advogados, mas sim de Cardozo, disposto a cometer qualquer tipo de abuso para obstruir o inquérito.
Em suma: se Ricardo Pessoa, em vez de ceder à pressão petista, denunciar à Lava Jato toda essa máfia infiltrada na máquina pública, e se os investigadores conseguirem demonstrar item por item, então o impeachment de Dilma na base legal do artigo 85, inciso 5, ou a cassação de seu mandato na da lei federal nº 9.504 são muito pouco para o bem do Brasil: o PT tem de ser extinto e os mandantes do esquema têm de apodrecer atrás das grades.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Defesa de Cerveró desiste de incluir Dilma Rousseff como testemunha


AGUIRRE TALENTO
GABRIEL MASCARENHAS
RUBENS VALENTE
DE BRASÍLIA

26/01/2015  17h16

A defesa do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, preso em decorrência das investigações da Operação Lava Jato, desistiu de incluir a presidente Dilma Rousseff como sua testemunha de defesa, pouco mais de duas horas após ter apresentado esse pedido à Justiça Federal.

Na desistência, o advogado Edson Ribeiro argumenta que a decisão sobre a aquisição de sondas, pela qual Cerveró é processado sob acusação de ter recebido vantagens indevidas, foi "privativa da diretoria da Petrobras, não passando pelo conselho de administração, onde a testemunha ora substituída exercia a presidência".

O ex-presidente da estatal José Sérgio Gabrielli foi mantido como testemunha, conforme listado na defesa prévia apresentada nesta segunda-feira (26) ao juiz Sérgio Moro.

Esse documento é uma defesa inicial na qual o advogado adianta os principais argumentos e lista as testemunhas que produzirão provas durante o processo.

Cerveró, porém, foi preso preventivamente devido a um outro inquérito, sob a justificativa de que havia transferido imóveis de seu patrimônio para o nome de parentes.

Também são réus na mesma ação o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, apontado como intermediário do pagamento da propina, o doleiro Alberto Youssef e o consultor Julio Camargo.




ALGUÉM LIGOU PRO ADVOGADO PEDINDO PRA ESCOLHER A COR DO CAIXAO AMIGOS


CERVERÓ INDICA DILMA COMO TESTEMUNHA DE DEFESA



O ex-diretor da área Internacional da Petrobrás, Nestor Cerveró, solicitou nesta segunda-feira à Justiça Federal do Paraná, que intime a presidente Dilma Rousseff como testemunha de defesa na ação penal contra o executivo. A solicitação faz parte da manifestação do advogado Edson Ribeiro, que defende o ex-diretor. É  a primeira vez que um réu da Lava Jato cita nominalmente a presidenta.

Dentre o rol de testemunhas estão a presidente, os ex-presidentes da Petrobrás José Sergio Gabrielli e José Carlos de Lucca que dirigiu a estatal na década de 1990 e atualmente é presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP).
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quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Graça Foster teria comandado obra superfaturada a 1.800%


O jornal O Globo publicou uma reportagem, nesta quarta-feira, relacionando a atual presidente da Petrobras, Graça Foster, com o processo de implementação de uma rede de gasodutos que, segundo auditoria sigilosa do Tribunal de Contas da União (TCU), teve superfaturamento de mais de 1.800% em um de seus principais trechos.

De acordo com a publicação, na época, a estatal criou uma empresa de fachada para construir o gasoduto Gasene (que liga o Sudeste ao Nordeste) usando a sede do escritório de contabilidade contratado para o negócio. Antonio Carlos Pinto de Azeredo, proprietário do escritório, exerceu o cargo de presidente da Transportadora Gasene entre 2005 e 2011.

Ainda segundo O Globo, um documento (elaborado em 12 de dezembro de 2007) assinado por Graça, então diretora de Gás e Energia, mostra que ela levou a proposta de aprovação de parcerias para a Transportadora Gasene à diretoria executiva da Petrobras. Ela submeteu à direção, por exemplo, a contratação da empresa chinesa Sinopec - responsável pela construção do maior trecho do Gasene, entre Cacimbas (ES) e Catu (BA) - e o financiamento junto ao BNDES.

Procurada, a estatal negou “qualquer ligação societária” com a empresa.


Gasoduto da Petrobras tem indício de superfaturamento de 1800%, aponta TCU

DO RIO

Auditoria do Tribunal de Contas da União identificou superfaturamento de 1.800% na construção de um trecho da rede de gasodutos operada pela Petrobras na Bahia, segundo notícia publicada neste domingo (4) pelo jornal "O Globo".

Com 954 km de extensão, o trecho passa pelos municípios de Linhares (ES) e Catu (BA), e custou R$ 3,78 bilhões, de acordo com a reportagem.

O gasoduto fica entre a Unidade de Tratamento de Gás de Cacimbas (UTGC), em Linhares, e a Estação de Distribuição de Gás, no município baiano.

Segundo o Globo, a Petrobras criou uma "empresa de papel" - a Transportadora Gasene S.A. - para construir e operar o gasoduto.

Constituída pela Petrobras como uma SPE (Sociedade de Propósitos Específicos), a Transportadora Gasene S.A. firmou um contrato de prestação de serviços com o escritório de contabilidade Domínio Assessores Ltda.. No contrato assinado, as duas empresas apresentam o mesmo endereço, no Rio.

O mesmo contrato, segundo o jornal, estabelecia que o proprietário da Domínio Assessores Ltda., Antônio Carlos Pinto de Azeredo, passaria a exercer a função de presidente da Transportadora Gasene S.A..

A análise do TCU foi baseada em documentos da Agência Nacional do Petróleo. Em um trecho da auditoria, publicado pelo Globo, os técnicos do TCU afirmam que "a ANP considerou que as firmas transportadoras criadas nesse arranjo financeiro seriam apenas empresas de papel".

O TCU também apontou falhas na análise técnica que cabia à ANP a respeito da construção deste trecho do gasoduto, de acordo com o jornal.

"Chama atenção o fato de um projeto dessa magnitude, na ordem de R$ 3,78 bilhões (valor referente somente ao trecho Cacimbas-Catu), não ter avaliação crítica dos estudos apresentados pela Petrobras para efeitos de autorização para a construção", dizia o texto dos auditores do TCU, reproduzido pelo Globo.

De acordo com a reportagem, o relatório do TCU responsabiliza José Sérgio Gabrielli (na época, presidente da Petrobras) e Antônio Carlos Azeredo (que presidia a Transportadora Gasene) pelas irregularidades.

Em nota, a Petrobras afirmou que a Transportadora Gasene S.A. "não tem qualquer ligação societária com a Petrobras".

A empresa afirmou que o "Projeto Gasene" foi elaborado pela área financeira da Petrobras, entre 2004 e 2005, "com objetivo de captar recursos para construção do gasoduto Gasene".

No texto, a Petrobras acrescentou que a Transportadora Gasene S.A. é uma "SPE (Sociedade de Propósitos Específicos), de caráter privado, com objetivo de contratar os financiamentos, construir e operar o Gasene."

De acordo com a Petrobras, a Transportadora Gasene S.A. foi comprada em 31 de janeiro de 2012 pela TAG (Transportadora Associada de Gás), empresa do sistema Petrobras.

O gasoduto foi inaugurado no dia 26 de março de 2010 em cerimônia na cidade de Itabuna (BA) com as presenças do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de Dilma Rousseff, na época, ministra-chefe da Casa Civil.


sábado, 3 de janeiro de 2015

PRÉDIO DO TRIPLEX DE LULA NO GUARUJÁ É “HABITADO” POR PETISTAS

Vaccari é um dos petistas que “compraram” apartamentos

Posted on dezembro 19, 2014 by Tribuna da Internet 5 comentários

Germano Oliveira
O Globo

O tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, é proprietário de um apartamento no edifício Solaris, em Guarujá (SP), onde o casal Luiz Inácio Lula da Silva e Marisa Letícia Lula da Silva tem um tríplex avaliado entre R$ 1,5 milhão e R$ 1,8 milhão. Vaccari é acusado de estelionato em processo que tramita na 5ª Vara Criminal de São Paulo, referente ao período em que presidia a Cooperativa Habitacional dos Bancários (Bancoop), que vendeu, mas não entregou, apartamentos a cerca de 3.100 pessoas.

A Bancoop também comercializou os 122 apartamentos do Solaris, de 2006 a 2010, período em que Vaccari era o presidente da cooperativa. Na época, o prédio se chamava Mar Cantábrico. Como a obra passou por problemas, a Construtora OAS foi contratada em 2010 pela Bancoop para finalizar a construção.

Um apartamento no prédio custa, em média, R$ 750 mil. A lista com o nome de Vaccari como um dos proprietários está anexada ao processo na 5ª Vara Criminal, movido pelos mutuários da cooperativa que se sentiram lesados.

NOME CITADO NA LAVA-JATO

Vaccari também é investigado pela Operação Lava-Jato, da Polícia Federal, como suspeito de ser o operador petista de esquema de recebimento de propinas por obras na Petrobras. Ele nega todas as acusações

Devido a irregularidades na Bancoop, Vaccari foi denunciado por estelionato pelo Ministério Público Estadual no final de 2010. Nesse mesmo ano, a denúncia foi aceita pela juíza da 5ª Vara Criminal, Cristina Ribeiro Leite Balbone Costa. Uma sentença no caso é aguardada para meados de 2015.

Procurada pelo GLOBO, a assessoria do tesoureiro do PT confirmou que o apartamento é dele, mas informou que Vaccari não comentará o assunto.

Segundo o advogado criminalista Luiz Flávio Gomes, não há ilegalidade no fato de Vaccari ser dono de um apartamento no condomínio construído pela Bancoop.

— Só haveria algo ilegal se o prédio tivesse recebido recursos oficiais — disse.

OUTROS PETISTAS

Além do casal Lula da Silva e Vaccari, outros petistas e ex-dirigentes da Bancoop têm apartamentos no Solaris. É o caso de Ana Maria Érnica, diretora financeira da Bancoop. Érnica também é ré por estelionato no processo na 5ª Vara Criminal. Os outros réus são: Edson Botelho Fraga, Letycia Achur Antonio, Henir Rodrigues de Oliveira e Helena da Conceição Pereira Lage.

Também Heitor Gushiken, primo do ex-ministro do governo Lula, Luiz Gushiken, morto em 2013, é dono de apartamento no Solaris. Heitor negou qualquer privilégio na obtenção do imóvel. Ele disse ao GLOBO esta semana que quitou todas as prestações do apartamento à Bancoop e ainda teve que pagar mais R$ 160 mil para a OAS, que cobrou dos associados da cooperativa uma diferença pelo término da obra.

Simone Messeguer Pereira Godoy, mulher de Freud Godoy, tem apartamento no Solaris. Freud foi segurança do ex-presidente Lula e chegou a ter seu nome envolvido na compra do dossiê contra o ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB), em 2006, no que ficou conhecido como escândalo dos aloprados.

A petista Marice Correia de Lima, cunhada de Vaccari, também é dona de um apartamento num prédio construído pela Bancoop. No último dia 18 de novembro, ela foi levada coercitivamente a depor na Polícia Federal de São Paulo, no decorrer da Operação Lava-Jato, para explicar por que recebeu R$ 244 mil da OAS.

Marice é proprietária do apartamento 193-A do Edifício Mirante do Tatuapé, no Bairro do Tatuapé, em São Paulo. Ela adquiriu o imóvel junto à Bancoop em 2006, quando o cunhado presidia a cooperativa.

ATÉ A CUT TEM APARTAMENTOS

No mesmo prédio do Tatuapé, os apartamentos de número 163-A e 173-A estão em nome da Central Única dos Trabalhadores (CUT), onde Marice trabalhou como colaboradora da Confederação Sindical de Trabalhadores das Américas. A confederação é ligada à CUT e também teve Vaccari como tesoureiro.

Outro empreendimento edificado pela Bancoop é o Torres da Mooca. Nele, Mirelle Nóvoa de Noronha, filha da ex-secretária de Lula, a petista Rosemary Nóvoa Noronha, é dona de um apartamento.

Rose, como Rosemary é conhecida, foi chefe de gabinete do escritório regional da Presidência da República em São Paulo. Ela foi flagrada pela Operação Porto Seguro, da Polícia Federal, em 2012, negociando favores em nome da Presidência e obtendo empregos para seus familiares no governo Lula, inclusive para a filha. O irmão de Rose, Edson Lara Nóvoa, também tem apartamento no prédio da Mooca.

Ainda têm apartamentos no prédio dois ex-assessores de Lula: José Carlos Spinoza, ex-chefe de gabinete do Escritório Regional da Presidência da República em São Paulo, e Rogério Pimentel, ex-assessor do gabinete pessoal de Lula.

E o apartamento 174 do Torres da Mooca pertence a um outro personagem envolvido no caso dos aloprados: Osvaldo Bargas, ex-diretor da CUT.