segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Defesa de Cerveró desiste de incluir Dilma Rousseff como testemunha


AGUIRRE TALENTO
GABRIEL MASCARENHAS
RUBENS VALENTE
DE BRASÍLIA

26/01/2015  17h16

A defesa do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, preso em decorrência das investigações da Operação Lava Jato, desistiu de incluir a presidente Dilma Rousseff como sua testemunha de defesa, pouco mais de duas horas após ter apresentado esse pedido à Justiça Federal.

Na desistência, o advogado Edson Ribeiro argumenta que a decisão sobre a aquisição de sondas, pela qual Cerveró é processado sob acusação de ter recebido vantagens indevidas, foi "privativa da diretoria da Petrobras, não passando pelo conselho de administração, onde a testemunha ora substituída exercia a presidência".

O ex-presidente da estatal José Sérgio Gabrielli foi mantido como testemunha, conforme listado na defesa prévia apresentada nesta segunda-feira (26) ao juiz Sérgio Moro.

Esse documento é uma defesa inicial na qual o advogado adianta os principais argumentos e lista as testemunhas que produzirão provas durante o processo.

Cerveró, porém, foi preso preventivamente devido a um outro inquérito, sob a justificativa de que havia transferido imóveis de seu patrimônio para o nome de parentes.

Também são réus na mesma ação o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, apontado como intermediário do pagamento da propina, o doleiro Alberto Youssef e o consultor Julio Camargo.




ALGUÉM LIGOU PRO ADVOGADO PEDINDO PRA ESCOLHER A COR DO CAIXAO AMIGOS


CERVERÓ INDICA DILMA COMO TESTEMUNHA DE DEFESA



O ex-diretor da área Internacional da Petrobrás, Nestor Cerveró, solicitou nesta segunda-feira à Justiça Federal do Paraná, que intime a presidente Dilma Rousseff como testemunha de defesa na ação penal contra o executivo. A solicitação faz parte da manifestação do advogado Edson Ribeiro, que defende o ex-diretor. É  a primeira vez que um réu da Lava Jato cita nominalmente a presidenta.

Dentre o rol de testemunhas estão a presidente, os ex-presidentes da Petrobrás José Sergio Gabrielli e José Carlos de Lucca que dirigiu a estatal na década de 1990 e atualmente é presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP).
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quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Graça Foster teria comandado obra superfaturada a 1.800%


O jornal O Globo publicou uma reportagem, nesta quarta-feira, relacionando a atual presidente da Petrobras, Graça Foster, com o processo de implementação de uma rede de gasodutos que, segundo auditoria sigilosa do Tribunal de Contas da União (TCU), teve superfaturamento de mais de 1.800% em um de seus principais trechos.

De acordo com a publicação, na época, a estatal criou uma empresa de fachada para construir o gasoduto Gasene (que liga o Sudeste ao Nordeste) usando a sede do escritório de contabilidade contratado para o negócio. Antonio Carlos Pinto de Azeredo, proprietário do escritório, exerceu o cargo de presidente da Transportadora Gasene entre 2005 e 2011.

Ainda segundo O Globo, um documento (elaborado em 12 de dezembro de 2007) assinado por Graça, então diretora de Gás e Energia, mostra que ela levou a proposta de aprovação de parcerias para a Transportadora Gasene à diretoria executiva da Petrobras. Ela submeteu à direção, por exemplo, a contratação da empresa chinesa Sinopec - responsável pela construção do maior trecho do Gasene, entre Cacimbas (ES) e Catu (BA) - e o financiamento junto ao BNDES.

Procurada, a estatal negou “qualquer ligação societária” com a empresa.


Gasoduto da Petrobras tem indício de superfaturamento de 1800%, aponta TCU

DO RIO

Auditoria do Tribunal de Contas da União identificou superfaturamento de 1.800% na construção de um trecho da rede de gasodutos operada pela Petrobras na Bahia, segundo notícia publicada neste domingo (4) pelo jornal "O Globo".

Com 954 km de extensão, o trecho passa pelos municípios de Linhares (ES) e Catu (BA), e custou R$ 3,78 bilhões, de acordo com a reportagem.

O gasoduto fica entre a Unidade de Tratamento de Gás de Cacimbas (UTGC), em Linhares, e a Estação de Distribuição de Gás, no município baiano.

Segundo o Globo, a Petrobras criou uma "empresa de papel" - a Transportadora Gasene S.A. - para construir e operar o gasoduto.

Constituída pela Petrobras como uma SPE (Sociedade de Propósitos Específicos), a Transportadora Gasene S.A. firmou um contrato de prestação de serviços com o escritório de contabilidade Domínio Assessores Ltda.. No contrato assinado, as duas empresas apresentam o mesmo endereço, no Rio.

O mesmo contrato, segundo o jornal, estabelecia que o proprietário da Domínio Assessores Ltda., Antônio Carlos Pinto de Azeredo, passaria a exercer a função de presidente da Transportadora Gasene S.A..

A análise do TCU foi baseada em documentos da Agência Nacional do Petróleo. Em um trecho da auditoria, publicado pelo Globo, os técnicos do TCU afirmam que "a ANP considerou que as firmas transportadoras criadas nesse arranjo financeiro seriam apenas empresas de papel".

O TCU também apontou falhas na análise técnica que cabia à ANP a respeito da construção deste trecho do gasoduto, de acordo com o jornal.

"Chama atenção o fato de um projeto dessa magnitude, na ordem de R$ 3,78 bilhões (valor referente somente ao trecho Cacimbas-Catu), não ter avaliação crítica dos estudos apresentados pela Petrobras para efeitos de autorização para a construção", dizia o texto dos auditores do TCU, reproduzido pelo Globo.

De acordo com a reportagem, o relatório do TCU responsabiliza José Sérgio Gabrielli (na época, presidente da Petrobras) e Antônio Carlos Azeredo (que presidia a Transportadora Gasene) pelas irregularidades.

Em nota, a Petrobras afirmou que a Transportadora Gasene S.A. "não tem qualquer ligação societária com a Petrobras".

A empresa afirmou que o "Projeto Gasene" foi elaborado pela área financeira da Petrobras, entre 2004 e 2005, "com objetivo de captar recursos para construção do gasoduto Gasene".

No texto, a Petrobras acrescentou que a Transportadora Gasene S.A. é uma "SPE (Sociedade de Propósitos Específicos), de caráter privado, com objetivo de contratar os financiamentos, construir e operar o Gasene."

De acordo com a Petrobras, a Transportadora Gasene S.A. foi comprada em 31 de janeiro de 2012 pela TAG (Transportadora Associada de Gás), empresa do sistema Petrobras.

O gasoduto foi inaugurado no dia 26 de março de 2010 em cerimônia na cidade de Itabuna (BA) com as presenças do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de Dilma Rousseff, na época, ministra-chefe da Casa Civil.


sábado, 3 de janeiro de 2015

PRÉDIO DO TRIPLEX DE LULA NO GUARUJÁ É “HABITADO” POR PETISTAS

Vaccari é um dos petistas que “compraram” apartamentos

Posted on dezembro 19, 2014 by Tribuna da Internet 5 comentários

Germano Oliveira
O Globo

O tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, é proprietário de um apartamento no edifício Solaris, em Guarujá (SP), onde o casal Luiz Inácio Lula da Silva e Marisa Letícia Lula da Silva tem um tríplex avaliado entre R$ 1,5 milhão e R$ 1,8 milhão. Vaccari é acusado de estelionato em processo que tramita na 5ª Vara Criminal de São Paulo, referente ao período em que presidia a Cooperativa Habitacional dos Bancários (Bancoop), que vendeu, mas não entregou, apartamentos a cerca de 3.100 pessoas.

A Bancoop também comercializou os 122 apartamentos do Solaris, de 2006 a 2010, período em que Vaccari era o presidente da cooperativa. Na época, o prédio se chamava Mar Cantábrico. Como a obra passou por problemas, a Construtora OAS foi contratada em 2010 pela Bancoop para finalizar a construção.

Um apartamento no prédio custa, em média, R$ 750 mil. A lista com o nome de Vaccari como um dos proprietários está anexada ao processo na 5ª Vara Criminal, movido pelos mutuários da cooperativa que se sentiram lesados.

NOME CITADO NA LAVA-JATO

Vaccari também é investigado pela Operação Lava-Jato, da Polícia Federal, como suspeito de ser o operador petista de esquema de recebimento de propinas por obras na Petrobras. Ele nega todas as acusações

Devido a irregularidades na Bancoop, Vaccari foi denunciado por estelionato pelo Ministério Público Estadual no final de 2010. Nesse mesmo ano, a denúncia foi aceita pela juíza da 5ª Vara Criminal, Cristina Ribeiro Leite Balbone Costa. Uma sentença no caso é aguardada para meados de 2015.

Procurada pelo GLOBO, a assessoria do tesoureiro do PT confirmou que o apartamento é dele, mas informou que Vaccari não comentará o assunto.

Segundo o advogado criminalista Luiz Flávio Gomes, não há ilegalidade no fato de Vaccari ser dono de um apartamento no condomínio construído pela Bancoop.

— Só haveria algo ilegal se o prédio tivesse recebido recursos oficiais — disse.

OUTROS PETISTAS

Além do casal Lula da Silva e Vaccari, outros petistas e ex-dirigentes da Bancoop têm apartamentos no Solaris. É o caso de Ana Maria Érnica, diretora financeira da Bancoop. Érnica também é ré por estelionato no processo na 5ª Vara Criminal. Os outros réus são: Edson Botelho Fraga, Letycia Achur Antonio, Henir Rodrigues de Oliveira e Helena da Conceição Pereira Lage.

Também Heitor Gushiken, primo do ex-ministro do governo Lula, Luiz Gushiken, morto em 2013, é dono de apartamento no Solaris. Heitor negou qualquer privilégio na obtenção do imóvel. Ele disse ao GLOBO esta semana que quitou todas as prestações do apartamento à Bancoop e ainda teve que pagar mais R$ 160 mil para a OAS, que cobrou dos associados da cooperativa uma diferença pelo término da obra.

Simone Messeguer Pereira Godoy, mulher de Freud Godoy, tem apartamento no Solaris. Freud foi segurança do ex-presidente Lula e chegou a ter seu nome envolvido na compra do dossiê contra o ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB), em 2006, no que ficou conhecido como escândalo dos aloprados.

A petista Marice Correia de Lima, cunhada de Vaccari, também é dona de um apartamento num prédio construído pela Bancoop. No último dia 18 de novembro, ela foi levada coercitivamente a depor na Polícia Federal de São Paulo, no decorrer da Operação Lava-Jato, para explicar por que recebeu R$ 244 mil da OAS.

Marice é proprietária do apartamento 193-A do Edifício Mirante do Tatuapé, no Bairro do Tatuapé, em São Paulo. Ela adquiriu o imóvel junto à Bancoop em 2006, quando o cunhado presidia a cooperativa.

ATÉ A CUT TEM APARTAMENTOS

No mesmo prédio do Tatuapé, os apartamentos de número 163-A e 173-A estão em nome da Central Única dos Trabalhadores (CUT), onde Marice trabalhou como colaboradora da Confederação Sindical de Trabalhadores das Américas. A confederação é ligada à CUT e também teve Vaccari como tesoureiro.

Outro empreendimento edificado pela Bancoop é o Torres da Mooca. Nele, Mirelle Nóvoa de Noronha, filha da ex-secretária de Lula, a petista Rosemary Nóvoa Noronha, é dona de um apartamento.

Rose, como Rosemary é conhecida, foi chefe de gabinete do escritório regional da Presidência da República em São Paulo. Ela foi flagrada pela Operação Porto Seguro, da Polícia Federal, em 2012, negociando favores em nome da Presidência e obtendo empregos para seus familiares no governo Lula, inclusive para a filha. O irmão de Rose, Edson Lara Nóvoa, também tem apartamento no prédio da Mooca.

Ainda têm apartamentos no prédio dois ex-assessores de Lula: José Carlos Spinoza, ex-chefe de gabinete do Escritório Regional da Presidência da República em São Paulo, e Rogério Pimentel, ex-assessor do gabinete pessoal de Lula.

E o apartamento 174 do Torres da Mooca pertence a um outro personagem envolvido no caso dos aloprados: Osvaldo Bargas, ex-diretor da CUT.